segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Rota 66


Brasil, o retrato de 55 mil crimes de morte por ano. Vítimas desarmadas, indefesas, apavoradas com a perseguição policial, amedrontadas com os tiros inconseqüentes disparados e, enfim, mortas, com requintes de crueldade, já que o número dos disparos foi muito além do necessário para o homicídio. É esse cenário que o jornalista Caco Barcellos propõe-se a reconstruir, em Rota 66 - A História da Polícia que Mata.
A Polícia Militar de São Paulo foi responsável por 12 mil mortes inocentes. E, por mais incrível que pareça, 97% das pessoas encarceradas e torturadas brutalmente têm um rendimento inferior a 50 reais.
Foi estimado também, entre (1970 a 1992, data da primeira publicação do livro Rota 66) um saldo de 7.500 vítimas. Atualmente, este é um número de suma importância, que supera o número de soldados brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial (foram 454) e as vítimas da Guerra dos Farrapos (cerca de mil).
Pode se acreditar nisto? Polícia Militar matando pessoas por desconfiar que são bandidos? Sem contar que as vítimas, em geral, são pessoas pobres, negras ou pardas e com nenhum envolvimento com o crime.
O porquê dessas mortes ficou sem explicação até hoje. A época da ditadura foi terrível por tal brutalidade e puro prazer em fazer simples cidadãos morrerem.
Para muitos, a sucessão dos tiros era para fazer sofrer, para o fuzilamento ter um sentido exemplar. Com certeza só podia ser fruto de uma mentalidade doentia e violenta, de policiais que se mostravam indignos da própria farda.
Para quem ainda nao teve a oportunidade de ler esse livro, eu recomendo a vocês que leiam, é realmente muito bom! Acho que este livro é uma leitura obrigatória para todas as pessoas desse país, principalmente para nós jornalistas.

Haroldo Barbosa "Bean"

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